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SCRITO
EM 1938, a obra Olhai os lírios do campo torna-se um marco na obra de Érico
Veríssimo.
É
um romance urbano e narra a história de Eugênio, um rapaz de origem humilde que
sente vergonha de sua família por ser pobre, mas mesmo com muito esforço dá ao
rapaz a oportunidade de estudar em ótimos colégios, levando o jovem a formar-se
em Medicina.
Alice Lima da Silva - 8o Ano A 2016 |
Olívia
tenta mostrar a Eugênio que a felicidade não depende do dinheiro ou do sucesso,
mas a paz que advém da boa consciência, de fazer as coisas certas e de servir o
próximo.
Os
jovens se envolvem amorosamente, mas Eugênio nunca a assume verdadeiramente.
Olívia
vai trabalhar numa cidade do interior, e depois da partida da moça, Eugênio
noiva com Eunice, uma jovem rica filha de um empresário, apenas por interesse e
casa-se com ela.
A
história é dividida em duas partes, sendo a primeira narrada em estilo
flash-back, onde as memórias de Eugênio vêm à tona durante uma viagem que ele
faz de uma cidadezinha no interior até Porto Alegre.
Eugênio
vai à Porto Alegre a pedido de Olívia que está doente em um hospital. Neste
caminho, lembra-se dos dias de casamento infeliz com Eunice, como agora
trabalha para o sogro e não dedicava-se mais à Medicina. E sobretudo, lembra da
filha que tivera com Olívia, Anamaria, que estava sendo criada pela mãe desde
que esta fora embora de Porto Alegre. Ao chegar ao hospital, Olívia morre e
Eugênio decide abandonar Eunice e dedicar-se à criação de Anamaria.
Ele
volta a ser médico, trabalhando com os pobres junto com o dr. Seixas, e em meio
a esta mudança de Eugênio, ele encontra verdadeiramente a paz interior.
Nas
palavras de Olívia: "Estive pensando muito na fúria com que os homens se
atiram à caça do dinheiro. É essa a
causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e
sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para
criatura. De que serve construir
arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?
"Quero
que abras os olhos, Eugênio, que acordes enquanto é tempo. Peço-te que pegues a minha Bíblia que está na
estante de livros, perto do rádio, leias apenas o Sermão da Montanha. Não te será difícil achar, pois a página está
marcada com urna tira de papel. Os
homens deviam ler e meditar esse trecho, principalmente no ponto em que Jesus
nos fala dos lírios do campo, que não trabalham nem fiam, e no entanto nem
Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles.
"Está
claro que não devemos tomar as parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar
deitados à espera de que tudo nos caia do céu.
É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria
também triste e sem beleza. Precisamos,
entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos
estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e
as aves do céu.”
O
autor mostra os processos de transformação de Eugênio: da condição de indivíduo
guiado mais pela expectativa dos outros do que por si mesmo, para a condição de
indivíduo autônomo e consciente de si, sujeito de suas próprias decisões.
Para
você ler este livro, aluno, basta comparecer na biblioteca da escola e
solicitar ao bibliotecário ali. Temos 10 exemplares dele e o
endereço dele é: p1b2.
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